sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meus caros,

Esta é para os que ainda não enxergaram que caíram as fronteiras, caíram os muros, não há mais divisas. Não estamos mais num mundo de egoísmos bairristas e nacionalistas, somos todos um só povo, filhos de um Pai só. Não há mais espaço para os que acham que são melhores que outros, apenas por terem nascido aqui ou ali. Chega! Chega de achar que é melhor que outro apenas pela localização geográfica do lugar do "parto que te pariu"! E para ilustrar da melhor forma este comentário, segue abaixo um texto de um hermano argentino del gran conciencia y una gran fé, saludos y un fuerte abrazo.


ESTRANGEIRO

“E me chamas estrangeiro
porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias,
porque nasci em outra cidade e conheci outros mares
Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo,
já que eu zarpei de um porto distante
e tu pensas que as despedidas existem apenas para que se agitem lenços
e se encham de lágrimas os olhos
e acreditas que, quando se vai para longe,
todos pensam apenas no dia do regresso
e nas orações que os entes queridos ficam repetindo,
dia após dia, anos a fio
Mas eu não sou estrangeiro
porque despertei em minha alma o que antes não conhecia
e descobri que todos os homens são iguais
que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras
Todos nós trazemos o mesmo grito,
as mesmas perguntas
o mesmo cansaço das viagens muito longas
Os que dividem, os que dominam, os que roubam,
os que mentem, os que compram e vendem nossos sonhos
são eles que inventaram esta palavra: estrangeiro
Olha-me no fundo de meus olhos,
além do teu ódio, do teu egoísmo, do teu medo
e verás que sou apenas um homem, que precisa de tua ajuda
Não posso ser, nunca fui um Estrangeiro.”

(Facundo Cabral)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Morre lentamente

Morre lentamente...

quem não lê

quem não viaja,

quem não ouve música,

quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente...

quem destrói seu amor próprio,

quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente...

quem se transforma em escravo do hábito

repetindo todos os dias os mesmos trajetos,

quem não muda de marca,

não se arrisca a vestir uma nova cor

ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente...

quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,

justamente as que resgatam o brilho dos olhos

e os corações aos tropeços.

Morre lentamente...

quem não vira a mesa quando

está infeliz com o seu trabalho, ou amor,

quem não arrisca o certo pelo incerto

para ir atrás de um sonho,

quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,

fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje!

Arrisque hoje!

Faça hoje!

Não se deixe morrer lentamente!

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ!


(Pablo Neruda)