terça-feira, 18 de agosto de 2009

Manguaça Cultural

O texto abaixo é contribuição do amigo Gelson de Curitiba, valeu meu vélho.
Conheço várias histórias de como surgiu a cachaça, pinga, água que passarinho não bebe,
caninha, estoura peito... vai longe... mas enfim segue abaixo uma das melhores e mais
bem sintetizadas histórias sobre o surgimento da dita cuja que conheci.


Manguaça Cultural


Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o
caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam
parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia,
cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos
simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora? A saída que
encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte,
encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram
o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o 'azedo'
do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do
engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada
que pingava. Daí o nome 'PINGA'. Quando a pinga batia nas suas costas marcadas
com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome
de 'ÁGUA-ARDENTE'. Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos
perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.


(História contada no Museu do Homem do Nordeste)
Não basta somente beber, tem que conhecer

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