Erro

Numa revista velha, li uma coluna que tem como título "5 luxos e 1 lixo", a qual pega opiniões de "personalidades" sobre um determinado assunto e o fulano recomenda 5 possibilidades boas pra se ver ou se ouvir e uma pra correr, passar bem longe. Nesta última que li quem comentava era a tal de Débora Falabella, o que me chamou a atenção é que ela é do meu time, do time do bom e velho Rock'n roll! Ela indica algumas bandas e no "lixo" ela fala sobrea a banda "Fall out boy" (nunca nem ouvi falar) e o que ela diz sobre a "porcaria" me fez pensar num assunto relevante e extra rock'n roll, ela disse:
"... e toda corja teen emo que existe hoje em dia, que fica chorando e fazendo pose na internet em vez de ser um adolescente normal e sair errando de verdade por aí."
Medo de errar esse é o ponto. Errar pra que?! Acho que os "novos adolescentes" deixam pra errar no second life, ou nas conversas sem verdade do messenger, errar pra que? Se com o "pai google" se pode saber (ou simular saber) dos erros e acertos de tantas histórias vividas por outros...
E como é fácil demais, hoje em dia (pensei que nunca iria usar isso "hoje em dia"), voltando... é fácil demais hoje em dia moldar sua personalidade, podendo ser o mais radical, até o mais bem relacionado, o mais interessante e o pior que até mesmo o mais introvertido (isso sempre achei um absurdo, o babaca quer parecer o mais ostrista possível... o que vive numa caverna escura... e usa o orkut até pra avisar que vai no banheiro!), é muito fácil moldar-se nos orkuts, nos my spaces, msn's e blogs. E sem falar na forma que um "emolescente" escreve ou "tc"; é bem diferente da forma que ele se porta numa conversa formal ou informal ao vivo e em pessoa. E voltando a palavra chave errar, vejo que nessas novas gerações há muitos "simuladores" onde o errar não dói e não demora. Eu errei pra cacete!! Errei bastante mesmo e ainda comecei cedo na arte; não estou dizendo que sou melhor que outros, mas estou dizendo que na minha adolescência não havia tanta troca de informação instantânea, tanta vigilância, tanta cobrança e tantos "simuladores" de realidade. Tive que carregar muita mochila, andar grandes distâncias à pé, falar em público o que eu pensava, trabalhar pra comprar o que eu achava indispensável, e defender cara a cara o que pensava ou ouvir cara a cara o que muitas vezes não queria. Bem, mas por que estou escrevendo sobre isso?
Acredito que temos que dar a chance e/ou oportunidade para estes seres errarem, e errarem bastante; serem um pouco hippie e um pouco punk nesta mediocre época emo.

Boa noite.